Vou contar a história da avozinha que foi assaltada! Será?!
Era uma velhinha muito simpática que vivia em Lisboa, achava ela! No fundo, ela morava era na Pontinha. Mas ela era tão taralhouca que nunca sabia onde é que estava. A sua cabeça era como um labirinto, onde ela andava perdida. Toda a sua vida tinha sido um grande stress. Como trabalhava muito longe de casa, tinha que apanhar muitos transportes e levantava-se cedíssimo, pois antes ainda tinha que levar os filhos à escola. (Agora imaginem lá a confusão que não era! Os miúdos nunca chegaram a horas e, algumas vezes, até ficaram em escolas trocadas!)
Desde que se reformou, a sua vida mudara bastante. Levantava-se tarde, tomava o pequeno-almoço no café mais próximo - ou então lá se perdia ela! - e durante o dia andava pela casa, ouvindo música, vendo televisão e recordando a sua vida passada, através dos milhentos álbuns de fotografias que tinha guardados nos seus enormes e antigos armários.
Certo dia, a velhota ouviu uns barulhos estranhos e apercebeu-se de uns homens que se aproximavam, subindo apressadamente a escadaria do prédio. Os homens arrombaram a porta e assaltaram-lhe a casa. (ai que violência, não podiam ter batido à porta?) Desarrumaram todas as gavetas. Ai!... Não sei se eram gavetas … Já estou confuso como a velhinha! Encontraram muitas jóias. Ai!... Não sei se eram jóias… Esta cabeça! E levaram-lhe um relógio de ouro. Ai!… Não sei bem se era de ouro…
A velhota que era esperta, para não lhe fazerem mal, escondeu-se no armário. Ai!… Não sei se foi no armário… Que confusão! Foi, foi … foi no armário! Os ladrões encontraram-na e perguntaram-lhe o que fazia ela lá, e ela respondeu:
- Olhe, estou aqui na paragem… estou à espera do 17 (autocarro)! Tenho que ir buscar os meus filhos à escola!
Tomás Coelho, 7º D