Cá estou eu… já viram bem?? EUU!!! Acusada de uma coisa que não tinha feito, a ser interrogada, humilhada e bem que já estava a ficar cansada e com vontade de me revoltar, gritar e agredir o interlocutor, que me olhava com ar de desprezo e com o seu bigode farfalhudo e… e…esperem aquilo é um “burrié”? Agora para além de insatisfeita com toda esta situação, estou sobretudo enojada e incomodada com aquela coisa ali… muco seco do nariz, mais precisamente… ali pendurado, à porta, à espera do momento certo para atacar! Ainda se devem estar a perguntar quem sou, qual é o meu nome, porque estou dentro duma sala assustadora e desconhecida, o que fiz para merecer estar aqui e quando é que o raio do homem se vai assoar! Bem, pondo tudo em pratos limpos, a bem dizer, porque ainda faltava limpar muita coisa. Estava a ser interrogada por um homem, como já devem ter percebido, mas não se trata de um simples e qualquer homem… é O homem, o mais temível, assustador, horripilante e assombroso… o diretor da escola! Sou uma simples aluna do nono ano, com o nome de Micaela, vestida com uma camisola estampada, jeans rotas, bonitas por sinal, botas, com 1.69 m, que pesa cinquente e dois quilos, com cabelo castanho claro, com olhos castanhos-escuros e que comeu ao pequeno- almoço… não estou a brincar.
Agora falemos do motivo… estava eu muito bem a conviver e a socializar com os meus colegas no pátio da escola, durante a curta hora de almoço que nos tinham destinado no início do ano letivo, quando subitamente dois funcionários foram buscar-me e levar-me à acolhedora sala do senhor diretor, e à sua presença (ironia a bombar), que cheirava a mofo que tresandava. Acusavam-me agora de ter vandalizado o ginásio, furando todas as bolas, menos as de pilates. Recusava-me a dizer que o tinha feito, porque na verdade não fora eu! Disso tenho a certeza! É certo que gosto de pilates e me divirto com elas e que moro ao lado da escola, mas não sou, nem nunca fui sonâmbula! Graças a Deus!
- Foste tu, ou não foste?- perguntou ele pela milésima vez.
- Já lhe disse que não! – respondi.
- Vou perguntar-te mais uma única vez, apenas mais esta!
- Também já disse isso várias vezes…
- Não me interrompas! - gritou projetando vários perdigotos para a minha cara. - Foste tu?
*gri gri gri*
- Muito bem, minha menina… - disse ele com ar de ironia.
- Sua, não! Sou do meu pai e da minha mãe! (Conter-me nunca foi o meu forte, principalmente nestas situações).
- Muito bem, menina do seu pai e da sua mãe, eu vou almoçar e vou voltar, espero que lhe dê tempo para pensar nos erros que cometeu.
- Mas eu não fiz nada, não cometi erros nenhuns, eu estive todo o dia com os meus colegas ... podem perguntar-lhes se quiser, não tenho nada a esconder! - estava a enervar-me seriamente.
- Vou almoçar, já volto.
- Espere! – um sorriso maléfico apareceu na sua face – Pode trazer-me um kitkat do bar? - olhou-me com a raiva a flamejar nos seus olhos - Eu tenho dinheiro.
- Vá ponderando o processo disciplinar, menina do seu pai e da sua mãe.
Passou-se uma hora… o bom no meio disto tudo era que tinha perdido a aula de Francês. Eu até achava graça ao idioma, mas as aulas eram desinteressantes, percebem? Claro que percebem! Certamente as vossas também são… De repente entrou o senhor diretor na sala:
- Porque bater à porta é para fracos… - sussurrei com desprezo.
- Peço-te imensa desculpa, tinhas razão, Micaela, não vandalizaste ginásio nenhum, foi um erro de informação e de ética. – disse aflito, e, graças ao senhor, já mais limpo e apresentável.
- Mas o que reviravolta foi esta? Desculpe, mas agora perdi-me…
- Já descobrimos o que aconteceu na verdade, peço-te imensa desculpa. Podes ir ao bar e pedir o que quiseres, é de graça.
- Mas afinal quem vandalizou as bolas?
- Uma colega tua do sétimo ano, que andava a ter problemas com a madrasta, que é a funcionária que está sempre no pavilhão, e esta foi a forma de ela se desforrar dela.
- Então vou andando ... e obrigada por me justificar a falta.
Micaela (2013-14)
Agora falemos do motivo… estava eu muito bem a conviver e a socializar com os meus colegas no pátio da escola, durante a curta hora de almoço que nos tinham destinado no início do ano letivo, quando subitamente dois funcionários foram buscar-me e levar-me à acolhedora sala do senhor diretor, e à sua presença (ironia a bombar), que cheirava a mofo que tresandava. Acusavam-me agora de ter vandalizado o ginásio, furando todas as bolas, menos as de pilates. Recusava-me a dizer que o tinha feito, porque na verdade não fora eu! Disso tenho a certeza! É certo que gosto de pilates e me divirto com elas e que moro ao lado da escola, mas não sou, nem nunca fui sonâmbula! Graças a Deus!
- Foste tu, ou não foste?- perguntou ele pela milésima vez.
- Já lhe disse que não! – respondi.
- Vou perguntar-te mais uma única vez, apenas mais esta!
- Também já disse isso várias vezes…
- Não me interrompas! - gritou projetando vários perdigotos para a minha cara. - Foste tu?
*gri gri gri*
- Muito bem, minha menina… - disse ele com ar de ironia.
- Sua, não! Sou do meu pai e da minha mãe! (Conter-me nunca foi o meu forte, principalmente nestas situações).
- Muito bem, menina do seu pai e da sua mãe, eu vou almoçar e vou voltar, espero que lhe dê tempo para pensar nos erros que cometeu.
- Mas eu não fiz nada, não cometi erros nenhuns, eu estive todo o dia com os meus colegas ... podem perguntar-lhes se quiser, não tenho nada a esconder! - estava a enervar-me seriamente.
- Vou almoçar, já volto.
- Espere! – um sorriso maléfico apareceu na sua face – Pode trazer-me um kitkat do bar? - olhou-me com a raiva a flamejar nos seus olhos - Eu tenho dinheiro.
- Vá ponderando o processo disciplinar, menina do seu pai e da sua mãe.
Passou-se uma hora… o bom no meio disto tudo era que tinha perdido a aula de Francês. Eu até achava graça ao idioma, mas as aulas eram desinteressantes, percebem? Claro que percebem! Certamente as vossas também são… De repente entrou o senhor diretor na sala:
- Porque bater à porta é para fracos… - sussurrei com desprezo.
- Peço-te imensa desculpa, tinhas razão, Micaela, não vandalizaste ginásio nenhum, foi um erro de informação e de ética. – disse aflito, e, graças ao senhor, já mais limpo e apresentável.
- Mas o que reviravolta foi esta? Desculpe, mas agora perdi-me…
- Já descobrimos o que aconteceu na verdade, peço-te imensa desculpa. Podes ir ao bar e pedir o que quiseres, é de graça.
- Mas afinal quem vandalizou as bolas?
- Uma colega tua do sétimo ano, que andava a ter problemas com a madrasta, que é a funcionária que está sempre no pavilhão, e esta foi a forma de ela se desforrar dela.
- Então vou andando ... e obrigada por me justificar a falta.
Micaela (2013-14)