Custava-me abrir os olhos. Tinha dormido pouco com a ansiedade de sair daqui e ir para longe, e a luz que se fazia sentir àquela hora, que eu calculara ser sete horas, já era muito forte. Estávamos a arrumar as malas na parte de trás do carro. A minha tia já estava cansada, ainda o dia tinha começado. Sentia-me entusiasmado, embora com um pouco de receio do que viesse a acontecer naquela semana que vinha. Afinal ia para o Algarve com o meu tio, a minha tia, a minha prima e a minha irmã. Quem quisesse ir connosco dentro do carro não ia, não havia espaço livre no porta-bagagens, portanto só preso no tejadilho. Foi por isso que só fomos cinco.
Lá conseguimos fechar o porta-bagagens, a custo, mas fechou! Pusemo-nos no carro, fechámos a casa toda e fomos a caminho do Algarve. Eu ia do lado direito dos bancos detrás, encostei a cabeça ao banco e adormeci. De vez em quando, acordava uns minutos e via onde íamos e se faltava muito. Adormecia de propósito, por um lado para recuperar as horas de sono que perdera durante a noite, mas também para não enjoar.
Já íamos bem longe, quando a minha tia perguntou ao meu tio se ele tinha a certeza do caminho. Ele respondeu que sim, mas a seguir a esta pergunta, vieram outras tantas, e outros tantos “sim´s”. Realmente. Do pouco que via da paisagem, não era certamente o que eu tinha imaginado na minha mente.
Ia eu no meu vigésimo sono, quando acordei com a sensação de estarmos parados. No meio daquelas planícies cheias de sobreiros e erva seca até à cintura, percebi logo… estávamos perdidos! Mas não, não estávamos só perdidos, mas também sem gasolina. Só percebi isso porque o meu tio deu um murro no volante e disse algumas palavras tão depressa, que nem cheguei a perceber. A minha tia só dizia: “Eu disse-te para veres se o carro tinha gasolina!”. Tentámos ligar para a assistência em viagem, mas estávamos sem rede. Andámos, eu e o meu tio, cerca de 200 metros com o telemóvel bem alto, até encontrarmos rede. Ligámos para a assistência, localizaram a nossa viatura, e chegaram no espaço de uma hora. Não foi preciso grandes trabalheiras, pois os senhores da assistência trouxeram com eles uns litros de gasóleo e ainda nos deram um mapa, estávamos mesmo a precisar!
O resto da viagem correu normalmente, com o depósito cheio, rede móvel e um rumo que nos levava ao Algarve.
Quando lá chegámos, e depois de termos descansado um pouco, começámos a tirar as malas do porta-bagagens. E qual não foi a nossa surpresa, quando lá no cantinho, estava um litro de gasóleo que, depois de perguntarmos ao meu tio, soubemos que era “para uma ocasião quando o depósito ficasse vazio!”.
João Fortunato 9ºA (2014-15)
Lá conseguimos fechar o porta-bagagens, a custo, mas fechou! Pusemo-nos no carro, fechámos a casa toda e fomos a caminho do Algarve. Eu ia do lado direito dos bancos detrás, encostei a cabeça ao banco e adormeci. De vez em quando, acordava uns minutos e via onde íamos e se faltava muito. Adormecia de propósito, por um lado para recuperar as horas de sono que perdera durante a noite, mas também para não enjoar.
Já íamos bem longe, quando a minha tia perguntou ao meu tio se ele tinha a certeza do caminho. Ele respondeu que sim, mas a seguir a esta pergunta, vieram outras tantas, e outros tantos “sim´s”. Realmente. Do pouco que via da paisagem, não era certamente o que eu tinha imaginado na minha mente.
Ia eu no meu vigésimo sono, quando acordei com a sensação de estarmos parados. No meio daquelas planícies cheias de sobreiros e erva seca até à cintura, percebi logo… estávamos perdidos! Mas não, não estávamos só perdidos, mas também sem gasolina. Só percebi isso porque o meu tio deu um murro no volante e disse algumas palavras tão depressa, que nem cheguei a perceber. A minha tia só dizia: “Eu disse-te para veres se o carro tinha gasolina!”. Tentámos ligar para a assistência em viagem, mas estávamos sem rede. Andámos, eu e o meu tio, cerca de 200 metros com o telemóvel bem alto, até encontrarmos rede. Ligámos para a assistência, localizaram a nossa viatura, e chegaram no espaço de uma hora. Não foi preciso grandes trabalheiras, pois os senhores da assistência trouxeram com eles uns litros de gasóleo e ainda nos deram um mapa, estávamos mesmo a precisar!
O resto da viagem correu normalmente, com o depósito cheio, rede móvel e um rumo que nos levava ao Algarve.
Quando lá chegámos, e depois de termos descansado um pouco, começámos a tirar as malas do porta-bagagens. E qual não foi a nossa surpresa, quando lá no cantinho, estava um litro de gasóleo que, depois de perguntarmos ao meu tio, soubemos que era “para uma ocasião quando o depósito ficasse vazio!”.
João Fortunato 9ºA (2014-15)